é pah, porra

agosto 16, 2014

"Falas de tantas coisas. Escreves que te desunhas. Mordes os lábios quando o texto teima em não se formar. Sofres. Sofres tanto.
Que dor é essa?
Acreditas no amor. Acreditas que o amor é a cura para todos os males. Amas-te. Amas. Continuarás a amar. Amas mesmo. Amas mais. Lutas até caíres e, quando cais, teimas em levantar-te – sempre. Esmurras o chão, abres o peito, gritas. Gritas até que a voz te falhe, e mesmo sem voz continuas a gritar – mudo. Ouves baladas de amor durante as viagens de carro e de comboio. Olhas pelo vidro e sonhas que o amor é fácil. Iludes-te. É normal. Todos nos iludimos uma vez por outra. Todos sonhamos que os amores nascem nas árvores. Todos sonhamos que podemos plantar o amor, regar o amor, ver o amor crescer. Todos sonhamos - e tu tens tantos sonhos. Sonhas com mulheres. Sonhas com uma mulher no meio de tantas mulheres. Mulheres de lábios vibrantes cor de sangue. Mulheres de olhos hipnotizantes cor de safira. Mulheres de cabelos de seda. Tantas, tão belas.
Onde andaste tu? Onde andas tu? Para onde vais?
Procura-te. Encontra-te. Perde-te. Segue de cabeça erguida. Não olhes para trás. O que passou, passou. Segue em frente. Não tenhas medo. Lembra-te: cada queda é uma oportunidade para te levantares. Não tenhas vergonha: todos caímos."

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